Avaliação da aprendizagem com o uso de tecnologias digitais

Como a proposta é reinventar a sala de aula, o seu planejamento, o seu layout e até as suas ferramentas, então também devemos repensar a avaliação.

Precisamos compreender que na Educação 4.0 não contemplamos conteúdos, afinal ninguém consegue consumir tanto conteúdo em um único bimestre, semestre ou ano letivo, por isso é impossível avaliar o aluno de maneira tão abrupta e sem considerar a sua aprendizagem no processo.

A avaliação deve funcionar como instrumento de aprendizagem, pois o aluno também pode aprender com este instrumento, além de considerar as suas habilidades e competências, por isso deve ser diagnóstica e formativa, portanto deve exercitar a responsabilidade, a autocrítica e não a submissão. Daí temos o conceito ilustre de Avaliação Emancipatória, muito defendida pelo patrono da Educação Brasileira: Paulo Freire.

Desta maneira, construí o meu PROJETO INOVADOR no curso de Metodologias Ativas e Tecnologias Digitais e entre as atividades finais, deveria formular uma AVALIAÇÃO também INOVADORA. Vamos lá?

Esse é o meu Projeto inovador:

Projeto inovador - Tema 003

Exemplo de Projeto Inovador – Professora Narelly Rodrigues Tema: Projeto de vida profissional e prospecção da carreira

Percebam que utilizo a Taxonomia de Bloom para descrever as atividades sugeridas e faço uma interpretação muito pessoal em como utilizar a pirâmide nesta proposta.

AVALIAÇÃO INOVADORA – SUGESTÃO

Avaliação Diagnóstica (conhecimento prévio):

  • Utilizar o Relembrar para considerar todos os conhecimentos dos alunos sobre o tema trabalhado. Como se trata de uma proposta analisando o seu projeto de vida, sugiro a rememoração das experiências escolares e acadêmicas dos alunos.
  • Assim, o aluno pode desenvolver o Compreender, de forma que eles realizarão auto-avaliações sobre as suas práticas, desejos, e porquês.

Avaliação Formativa (evolução da aprendizagem):

  • Utilizando os instrumentos indicados no projeto (offices, google sites e padlet), os alunos vão Aplicar novos saberes, no caso a utilização de novos recursos.
  • Assim os alunos fomentam o Analisar em paralelo ao aplicar, afinal, estarão construindo materiais e, dependendo dos critérios dos próprios alunos, vão refinando, customizando e personalizando as suas construções.

Avaliação Somativa (resultados):

  • Quase na finalização do processo, os alunos exercem o prática do Auto-avaliar, pois essa além de favorecer o reconhecimento do seu progresso, eles exercitam a auto-crítica e a responsabilidade e isso é bem empolgante. Nesta fase também é realizado a Avaliação por pares, a fim de que os colegas contribuam com o melhoramento de ideias, se necessário, troquem informações e dicas pontuais.
  • No Criar é incentivado a exposição, divulgação das suas atividades, por isso que é indicado o uso do Google sites para criação dos portfólios digitais e do padlet para visualização das suas produções em paralelo ao de seus colegas.

Observações:

– É claro que essas atividades recebem valores, pontuações, por isso utilizo uma planilha para a Avaliação por rubricas. Essa avaliação é considerada no grau de maneira quantitativa. Exemplo da minha planilha para avaliação por rubricas:

Avaliação por rubricas

Instrumento utilizado para fazer o levantamento de pontuação quantitativa

Em suma, perceba que toda a proposta de avaliação que sugeri pauta no processo, dos instrumentos às responsabilidades. Posso garantir que essa é a grande dica para avaliar em tempos de Educação 4.0: o processo! Pensar nos detalhes, valorizar as competências e habilidades dos alunos e apresentar desde o primeiro momento essas etapas.

Finalizo com a citação incrível que resume a minha proposta de avaliação:

A avaliação não se dá, nem se dará, num vazio conceitual, mas dimensionada por um modelo teórico de mundo e de educação traduzido em prática pedagógica.

Cipriano Luckesi.

Abs, prof. Narelly Rodrigues

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Metodologia da História Oral e Storytelling digital em Educação Inclusiva

Inovar em educação é sempre um grande desafio, todos já sabemos, por isso o nosso repertório de atividades docentes precisam ser variadas, principalmente por causa dos alunos nativos digitais que dificilmente se contentam com aulas tradicionais.

Pensando nisso e com a ementa da disciplina de Educação Inclusiva (Curso de Pedagogia – CEULS/ULBRA) em mãos, planejei atividades que fugiam do tradicional do ensino superior: as aulas expositivas. Conduzi os alunos e alunas em um processo de imersão nas narrativas de sujeitos como atividade básica de um conteúdo específico da disciplina e o resultado foi surpreendente.

É importante destacar que o objetivo da atividade foi compreender os sujeitos e reconhecer o perfil do(a) professor(a), aluno(a) e famílias da educação inclusiva, a fim de contribuir com a formação do educador e, consequentemente, das equipes pedagógicas multidisciplinares e/ou instituições escolares equivalentes.

Foi utilizado uma metodologia basilar e várias atividades para a construção de conhecimentos e avaliação, entre elas a Storytelling digital.

Metodologia basilar: História Oral.

Essa metodologia se apresenta de maneira interessante no campo das ciências humanas, é muito utilizada por historiadores e jornalistas, mas a proposta de utilizá-la nesta disciplina são as possibilidades de mergulhar na história dos sujeitos e compartilhar com outros estudantes essas experiências através das atividades de socialização escolhidas no planejamento.

A metodologia da história oral valida as experiências que não estão presente geralmente em documentos escritos. É uma narrativa em que a entrevista gravada ou filmada tem fundamento de um registro em cima de um suporte material que permite uma reflexão que quase sempre varia das possibilidades da documentação escrita. O comportamento do pesquisador também é diferenciado, assim como os seus instrumentos de coleta de dados e isso valida o uso dessa metodologia na disciplina em questão. Os gêneros da história oral são: Historia oral de vida, história oral temática, a tradição oral e a tradição oral testemunhal.

ATIVIDADE:

Entendemos que a proposta metodológica “História Oral” não se limita a um estudo do passado, na verdade estabelece diálogos com o presente e os temas de pesquisas da História Oral, suas questões e urgências surgem do presente e encontram acolhimento epistemológico nesta metodologia. Por isso, foi organizado 4 grupos para focar nos gêneros específicos da Metodologia e, ao mesmo tempo, em diferentes tipos de sujeitos que fazem parte da Educação Inclusiva:

História oral de vida: Apresentará a narrativa a partir da trajetória de uma pessoa com deficiência (PCD).

História oral temática: Profissão professor inclusivo (Tema central). Apresentará o perfil de um ou mais educadores que lutam por uma educação inclusiva nas escolas ou ambientes de ensino não-formal.

Tradição oral: Apresentará narrativas familiares sobre as lutas diárias para garantir direitos para os seus familiares PCDs

História oral testemunhal: Abordará as necessidades especiais de uma ou mais pessoas, os seus traumas e contextos.

Atividades planejadas a partir da Metodologia básica:

  1. Realizar a pesquisa bibliográfica sobre os gêneros da história oral, a coleta de dados e comportamento dos pesquisadores.
  1. Construir o projeto de pesquisa com indicação da aplicação da metodologia da história oral;
  1. Publicar Resumos Simples da pesquisa em Caderno de Resumos de um evento científico da Universidade;
  1. Apresentar os resultados da pesquisa em forma de filme (Narrativa Digital), com a contextualização dos sujeitos pesquisados e suas narrativas;
  1. Expor as narrativas dos sujeitos da pesquisa em forma de museu da pessoa nos corredores da Instituição.

É exatamente a atividade 4 que foi utilizada a Storytelling digital, por isso vamos aprofundar a explicação sobre esta atividade.

Atividade 4: Storytelling digital ou Narrativa digital

O contar e ouvir histórias está no âmago da educação, fazemos isso na educação básica desde o nível infantil; as famílias fazem isso, muitas vezes, desde antes do nascimento dos filhos. Portanto, contar e ouvir histórias está na nossa natureza.

A narrativa é uma sequência de ação com início, meio e fim, geralmente. Nas escolas são utilizadas como ferramenta lúdica de ensino e aprendizagem. Quando contamos uma história, fábula, conto e até mesmo uma fofoca, exercitamos a criatividade e imaginamos o que está sendo narrado, a partir disso, mais conhecimentos ou informações se tornam significativas com o uso dessa ferramenta.

O Storytelling digital faz exatamente isso: apoia os alunos na produção e exibição dos seus trabalhos escolares/acadêmicos por meio da narrativa em formato digital. É a arte de contar histórias em um contexto multimídia. A construção, produção e exibição de narrativas, portanto, assume um caráter contemporâneo e moderno, tornando-se uma ferramenta pedagógica eficaz para o uso dos alunos nativos digitais.

Comando da atividade 4:

– Construir e produzir um filme de, no máximo, 10min contextualizando a narrativa do interlocutor/sujeito da sua pesquisa;

– Fazer uso de vídeos e fotografias para ilustrar as narrativas e inserir legendas para facilitar a compreensão das narrações; e

– Solicitar a autorização de uso da imagem dos sujeitos pesquisados.

Análise da atividade 4:

– Para muitos alunos foi a primeira experiência com a utilização da metodologia da história oral, então foi um momento trabalhoso e prazeroso de descobertas e possibilidades com a utilização dessa metodologia;

– Os filmes produzidos ficaram sensacionais! Tiramos uma noite de aula para assistir todas as produções, levamos pipoca, bolos, sucos e refrigerantes para acompanhar os filmes produzidos. Houve muitos risos, gargalhadas e emoções. Foi uma experiência emocionante e muito produtiva.

– Após a vivência de todos as atividades sugeridas no planejamento, pode-se afirmar que o objetivo de compreensão dos sujeitos da Educação Inclusiva foram alcançados, pois se tornou significativa, prazerosa e rica para os alunos.

 

Podemos afirmar que as atividades foram muito bem desenvolvidas pelos alunos e o uso de uma ferramenta que eles puderam criar digitalmente e depois exibir para seus colegas foi o ponto alto do semestre de aulas. Conseguimos, portanto, concluir que incorporar novas metodologias que coloquem os alunos como protagonistas, em um processo contínuo de exploração de sua criatividade, estética e bom senso, enriquecem o processo de ensino-aprendizagem, assim como privilegiam o domínio dos recursos digitais dos próprios alunos.

Faça aí, vale a pena!

 

Obs. Não tenho autorização do uso da imagem dos alunos, por isso nenhuma fotografia ilustra esse artigo. Perdão!

Círculo dourado (Golden Circle) e a construção do Projeto de vida dos alunos

Você conhece o Círculo de ouro ou círculo dourado de Simon Sinek?

Certamente os administradores ou entusiastas da administração e do marketing conhecem ou, no mínimo, já ouviram falar.

Simon Sinek escreveu um livro muito empolgante chamado “Starts With Why” (no Brasil: “Por Quê? – Como Grandes Líderes Inspiram Ação”). Na obra o autor esclarece que o segredo do sucesso está no “Por quê!”. A melhor explicação sobre o círculo de ouro é do próprio Simon Sinek, por isso, assista a explanação dele no TED de setembro de 2009: Clique aqui!

Simon Sinek, TED talk, set. 2009.

Estudando mais profundamente os textos sobre projeto de vida do Prof. José Moran, percebi as possibilidades de utilizar esta ferramenta em muitas áreas do planejamento das aulas, dos planos de ensino e, acredite, até do projeto de dissertação da seleção do mestrado (e deu super certo!).

Posteriormente, a professora Emily Fidelix publicou no seu Instagram @seligaprof a seguinte imagem que impulsionou o uso do Círculo dourado com os meus alunos, mas com a proposta de trabalhar a temática do Projeto de Vida.

Ideia da prof. Emily Fidelix baseada no círculo dourado.

Aproveitando a atividade do Laboratório de práticas de Metodologias ativas do Curso de Tecnologias Digitais e Metodologias ativas do PEin, utilizei com os meus alunos a seguinte proposta em outubro de 2019:

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Instrumento inspirado na proposta da prof. Emily Fidelix, adaptado para utilizar com os meus alunos e baseado no Círculo de Ouro de Simon Sinek.

Eis o desenvolvimento da atividade:

PLANO DE AULA

Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS ULBRA

Curso: Licenciatura em Pedagogia

Professora: Narelly Tavares Rodrigues e Melo

Disciplina: Seminário I: Formação Docente

TEMA: Projeto de vida e prospecção da carreira pedagógica.

OBJETIVOS:

GERAL: Desenvolver reflexões e atividades ativas, participativas e criativas sobre o projeto de vida e carreira pedagógica para realinhar as conjecturas da formação pedagógica.

ESPECÍFICOS:

-Compreender o projeto de vida discente para a prospecção da carreira pedagógica;

-Construir o Círculo de ouro

-Realizar a socialização das produções com os alunos.

METODOLOGIA

A atividade se dará em 3 aulas, sendo:

1ª aula: Apresentação do Instrumento Círculo de Ouro baseado na obra de Smon Sinek e exercícios práticos para compreensão dos conceitos.

2ª aula: Produção dos círculos de ouro dos alunos, cuja temática é “Carreira Pedagógica”.

3ª aula: Socialização dos instrumentos preenchidos pelos alunos em rodas de conversas de grupos maiores e do grupo com a toda a turma.

Orientações: Assim como o autor Simon Sinek explica, devemos começar pelo “Por quê?” para ter uma visão clara do que nos motiva a prosseguir. Portanto, os alunos deverão começar a planejar a sua própria carreira, seguindo o instrumento oferecido, pensando primeiramente sobre “o por quê” fazer isso é importante. Em seguida deverão explicar “Como” irão realizar, apresentando atividades práticas e palpáveis. E, finalmente, o “O quê?”, explicando quais as habilidades e competências eles irão desenvolver ou querem desenvolver.

RECURSOS:

– Alunos, alunas e professora;

-Instrumento impresso, lápis e canetas.

AVALIAÇÃO:

A atividade será avaliada a partir da participação nas atividades, nas rodas de conversa e na produção do material.

Esta atividade ainda fará parte do portfólio do aluno para a disciplina.

Os comentários dos alunos no momento da realização da atividade e das rodas de conversa foram diversos, relatando desde a dificuldade em pensar na própria vida e em planejá-la de maneira mais organizada e visual, até em perceber as possibilidades da carreira acadêmica, o que realmente desejam com o curso que escolheram e quais os caminhos percorrer para alcançar o tão desejado sucesso profissional.

Uma amostra da produção de duas alunas*:

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Círculo dourado das alunas

 

Muitos extrapolaram os limites do planejamento da vida profissional, por exemplo, e testaram realizar a atividade em outras áreas da vida para ter uma visão clara sobre os caminhos que poderia trilhar para realizar os seus planos. Teve uma aluna, por exemplo, que colocou no seu círculo de ouro o planejamento do seu casamento, considerando principalmente o por quê de casar, isso foi inusitado para mim, como docente, e revelador pra ela, como principal interessada neste planejamento de vida.

O interessante da temática Projeto de vida é que ela está em muitos discursos de metodologias ativas, BNCC e práticas inovadoras. Trata-se de uma proposta de personalização e protagonismo discente no processo de ensino-aprendizagem.

Alunos que constroem o seu projeto de vida se sentem valorizados pelas suas escolas e educadores possuem mais ânimo e motivação para aprender, para interagir e participar das aulas, é como um pré-requisito para ter nas nossas escolas alunos mais engajados.

* Imagens cedidas pelas alunas Cássia Lena Carvalho e Chan Lin de Jesus.

REFERÊNCIAS

FIDELIX, Emily. 3 Perguntas básicas para se fazer ao planejar e que os alunos deverão conhecer. Disponível:<https://www.instagram.com/p/B0frIali3xC/?utm_source=ig_web_copy_link&gt;. Acesso em 27 nov 2019.

MORAN. José Manuel. A importância de construir projetos de vida. Disponível em:<http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2017/10/vida.pdf&gt;. Acesso em 27 nov 2019.

SINEK, Simon. E-BOOK Comece pelo porquê: Como grandes líderes inspiram pessoas e equipes a agir. São Paulo: Sextante, 2018.

______________. Como grandes líderes inspiram a ação. Disponível em:<https://www.ted.com/talks/simon_sinek_how_great_leaders_inspire_action?language=pt-br&gt;. Acesso em 27 nov 2019.

Escola da Floresta – Stm/PA: Exemplo de experiência inovadora em Educação

Santarém/ Tapajós/ Amazônia/ Brasil – Cidade do Oeste do Pará conhecida como a Pérola do Tapajós por causa da sua natureza exuberante, cultura regional, povo acolhedor, encontro das águas (Amazonas e Tapajós) e pelo Festival do Sairé/ Çairé.

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Santarém e Alter do Chão no seu famoso festival do Sairé. (Fonte: Instagram da Prefeitura de Santarém)

A Escola da Floresta fica nesta belíssima cidade dentro de uma mata nativa secundária, ocupando uma área de 33 hectares. Está localizada na Rodovia Doutor Everaldo de Sousa Martins – PA 457, S/Nº Comunidade Caranazal/Eixo Forte; e a sua é promover uma Educação Ambiental de qualidade no sentido de contribuir para um ambiente ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e primado pelo desenvolvimento sustentável, mudança de comportamento e postura e todos os envolvidos no processo educacional no município de Santarém.

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Entrada da Escola da Floresta, às margens da Rodovia Everaldo Martins. (Créditos: FanPage Escola da Floresta)

A proposta inovadora e ousada foi iniciada em junho de 2008 pela Prefeitura Municipal de Santarém que acolheu a proposta de recuperar uma área antes utilizada para a criação de gado, exploração do látex e para o Projeto Puxurim (Projeto financiado pelo Governo da Finlândia de apoio a atividade extrativista sustentável, para o desenvolvimento dos produtos da floresta e para a venda dos produtos da Reserva agroextrativista Tapajós-Arapiuns).

Hoje a Escola da Floresta abraça a interdisciplinariedade e a transdisciplinariedade em muito espaço verde, com fauna e flora riquíssimas para vivência, observação participante, aprendizagem significativa e muita cultura maker, o aprender fazendo. Cada espaço da Escola é a sua sala de aula: salas de aula sem paredes, sem portas e o piso é a floresta.

Assista esta matéria jornalistica da TV Ttapajós (Tv Local) sobre uma aula na Escola da Floresta e conheça uma atividade proposta na Escola, entre tantas possibilidades. Acesse o link: Prática pedagógica na Escola da Floresta de Santarém

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Espaços da Escola e atividades com crianças da Educação Infantil (Fonte: Arquivo pessoal)

Ficou curioso(a)?

Segue as redes sociais da Escola da Floresta e conheça mais deste projeto incrível que tem tudo a ver com as Tecnologias Educacionais para novas mediações pedagógicas.

Acesse: Facebook Escola da Floresta Santarém/ PA

REFERÊNCIAS

G1 Santarém e Região. Escola da Floresta usa riqueza da fauna e flora na educação. Disponível em < http://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/videos/v/escola-da-floresta-usa-riqueza-da-fauna-e-flora-na-educacao/7538329/>. Acesso em 22 out 2019.

Globo Play. Crianças participam de aula especial na Escola da Floresta de Santarém. Disponível em < https://globoplay.globo.com/v/7500171/>. Acesso em 22 out 2019.

 

“Matei porque joguei?” – O preconceito e o apedrejamento da mídia sobre os jogos de videogames

Não é de hoje que vemos e ouvimos histórias vinculadas na impressa sobre assassinos que supostamente foram influenciados pelos jogos de videogames. Recentemente a temática retornou a mídia após a chacina ocorrida em São Paulo, cujo maior suspeito apontado pela polícia, o garoto de 13 anos que é acusado de ter matado os pais e outros dois membros da família e depois se suicidou, era jogador de games e tinha como seu avatar em uma rede social um personagem do Game Assassin’s Creed.

Em matéria escrita em um determinado site de notícias brasileiro, o jogo teria influenciado o jovem a cometer os assassinatos. Mas o tema visto superficialmente e sem nenhuma análise comportamental, de lócus ou habittus primário deste e de outros personagens de crimes trágicos levam os mais maleáveis a acreditar em qualquer culpado. E convenhamos o melhor culpado seria aquele que não se mensura.

G1 e suas especulações

‘Matei pq joguei” – Imagens do Tumblr criado para expressar o preconceito das mídias com os jogos eletrônicos.

Ora a prática de entretenimento, do lúdico, não é algo novo, assim como os brinquedos e as brincadeiras. Há tempos atrás tínhamos as pipas, os carrinhos, as bonecas, mas também os estilingues, as espadas e as arminhas de brinquedo. Hoje temos jogos de tabuleiros, videogames de ação, estratégia; temos acesso a internet e infinitas variedades de entretenimento digital e interativo. Ação, Bullying, violência e influências têm em todo lugar, em qualquer instante e a qualquer hora, não é por causa da prática de se jogar videogames que os nossos jovens se tornarão ou terão predisposição para crimes violentos. Mas, se supostamente esse fosse o motivo/influenciador para as violências juvenis atuais, não haveria crimes antes da invenção desse entretenimento (analisando pela “lógica” dos críticos de videogames).

Como entusiastas das novas tecnologias, das habilidades dos nativos digitais no nosso atual contexto, e estudiosos, curiosos e/ou cientistas da educação, precisamos nos abastecer de informações e estudos sério, para assim formar nossa opinião sobre o assunto, pois é realmente ridículo o bombardeio da mídia sobre os games, internet, entre outros, no que se refere à influência no comportamento das nossas crianças e adolescentes.

Poderíamos enumerar diversos argumentos que iriam confrontar com os argumentos da mídia marrom que mal sabe diferenciar o Mario do Luigi, Link de Zelda, Ezyo de Altair, quanto mais se aprofundar no campo do desenvolvimento das inteligências múltiplas atreladas ao hábito de se jogar videogames ou cultivar a cibercultura. Entretanto, é preferível deixar a provocação para os teóricos com mais envergadura.

Vejamos as provocações:

“A educação mais útil para o futuro não está acontecendo na escola. Está acontecendo depois da escola, especialmente em clubes de robótica, na internet como um todo – está acontecendo nos GAMES. Não está num teste (…). Eles [os nativos digitais] procuram o que realmente os excita”*. (Mark Prensky, crítico social).

“Ao contrário da educação adquirida por meio de livros, palestras e aulas, o que acontece em videogames com um número maciço de jogadores on-line é o que chamamos de aprendizado acidental. É aprender a ser – uma consequência natural da adaptação a uma nova cultura – em vez de aprender a respeito de alguma coisa. Enquanto o aprendizado tradicional se baseia na execução de desafios cuidadosamente graduados, o aprendizado acidental depende do fracasso. Ambientes virtuais são plataformas seguras para tentativas e erro. A chance de fracasso é alta, mas o custo é baixo e as lições aprendidas são imediatas”*. (John Seely Brown, diretor emérito do Xeroc Park e professor da Universidade do Sul da Califórnia)

“Veja o que é necessário para que uma guilda realize um ataque no World of Warcraft: exige uma quantidade imensa de coordenação, gestão de dados e estratégia.”* (Jerry Michalski)

“Estamos todos lamentando o declínio da chamada interação social. Mas os jovens estão crescendo com habilidades sociais muito profundas.” * (Jerry Michalski)

“(…) Os Nativos Digitais têm criado mundos virtuais inteiros online. Word of Warcraft, EverQuest, Second Life, Active Worlds, Entropia Universe – são todos ambientes computacionais que abrigam simultaneamente milhares de Nativos digitais (…). Esses Massively Multiplayer Online Games se estendem desde Crazyracing Kartrider, um jogo sul-coreano em que jogadores competem um com o outro em corridas de carro, até jogos em que você mata pessoas (“killing games”), e até ferramentas de simulação sérias, do mundo real, destinadas a treinar profissionais. De certa maneira, você poderia pensar neles como “jogos”, mas se parasse aí perderia o principal. São mundos inteiros em que grande parte do conteúdo e grande parte da experiência é criada, não por aquele que criou o jogo, mas pelos usuários. (…) [Os usuários] são criativos, colaborativos e interessados na autoexpressão. (…). Embora a percentagem de jovens que estão nos mundos virtuais seja modesta, a criatividade demonstrada por aqueles que lá estão é incrível – e inspiradora.” ** (John Palfrey, Professor na Havard Law School e escritor; e Urs Gasser, Professor na University of St. Gallen e escritor).

“Eles [os nativos digitais] estariam se saindo melhor se o sistema educacional mudasse e adotasse o modelo pelo qual eles aprendem, pensam e processam informação (…), mas o sistema educacional está atolado na velha estrutura de aulas expositivas. Acho que se obtiver as ferramentas para lidar com a sobrecarga de informações disponíveis hoje, a Geração internet poderá se tornar a mais inteligente de todos os tempos. Alguns de seus integrantes já estão entrando na idade adulta com as habilidades intelectuais para lidar com as exigências e oportunidades geradas pela internet. Será que a geração como um todo está preparada? Claro que não. Mas não devemos pôr a culpa na tecnologia”. (Don Tapscott, Presidente da empresa nGenera Innovation Network, professor adjunto de administração na Universidade de Toronto e escritor).

Diante das provocações de diversos autores e especialistas do fenômeno dos nativos digitais podemos iniciar nossas reflexões. Mas, se mesmo assim não houve curiosidade sobre o assunto, é necessário então intensificar os estudos. Desta forma, aos interessados, eis uma lista de autores, documentos e/ou obras que abordam a temática dos Games, internet e novas tecnologias no desenvolvimento saudável, sóbrio e edificante das novas gerações:

AUTORES

 Don Tapscott, John Palfrey e Urs Gasser, Vani Moreira Kenski, Pierre Lévy, Nelson Pretto,  André Lemos, Marc Prensky, João Mattar

OBRAS

ALVES, Lynn. Nativos digitais: games, comunidades e aprendizagens. In: MORAES, Ubirajara Carnevale de. (Org.). Tecnologia educacional e aprendizagem: o uso dos recursos digitais. São Paulo, Livro Pronto, v., p. 233-251, 2007.

KENSKI, Vani Moreira. Educação e Tecnologias: O novo ritmo da Informação. Campinas, SP: Papirus, 2007.

MATTAR, João. Games em educação: como os nativos digitais aprendem. 1 ed.São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.

MCLUHAN, Marshall. Os Meios de comunicação como extensão do homem. Estados Unidos: McGraw- Hill Book Company, 1964.

MORAN, José Manuel. Internet no ensino. Comunicação & Educação. V (14): Jan/abr. 1999a.

NEGROPONTE, Nicholas. A vida digital. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

OLIVEIRA, Sidnei. Geração Y: O Nascimento de uma nova versão de líderes. São Paulo: Integrare Editora, 2010.

PALFREY, John; GASSER, Urs. Nascidos na era digital: entendendo a primeira geração dos nativos digitais. Porto Alegre: Artmed, 2011.

PAPERT, S. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

PRENSKY, Marc. Não me atrapalhe, mãe – Eu estou aprendendo! São Paulo: Phorte,2010.

RUSHKOFF, D. Um Jogo chamado Futuro: como a Cultura dos Garotos pode nos Ensinar a Sobreviver na Era do Caos. Rio de Janeiro: Revam, 1999.

SIQUEIRA, E. Para compreender o mundo digital. São Paulo: Globo, 2008.

STAA, Betina Von. Eles sabem (quase) tudo – O que ainda é preciso ensinar e o que se pode aprender com nativos digitais.

TAKAHASHI, T. (org.). Sociedade da informação no Brasil: livro verde. Brasília: Ministério da Ciência e Tecnologia, 2000.

TAPSCOTT, D. A hora da Geração Digital: Como os jovens que cresceram usando a internet estão mudando tudo, das empresas aos governos. Rio de Janeiro: Agir Negócios, 2010.

TAPSCOTT, D. Geração Digital: a Crescente e Irreversível Ascensão da Geração Net. São Paulo: Makron Books, 1999.

TURKLE, Sherry. A vida no ecrã: a identidade na era da internet. Lisboa: Relógio D´Água, 1997.

VEEN, W.; VRAKKING, B. Homo Zappiens: educando na era digital. Porto Alegre: Artmed, 2009.

ARTIGOS NA WEB

 ALMEIDA, Rubens Q. O Ensino Aprendizagem em tempos de Internet.

 BARROS, R. Frizero. Os Nativos Digitais e nós, os Imigrantes Digitais.

Características e perspectivas de uma juventude que conhece a internet desde a infância.

CARUSO, Fabiano. Tecnologia da Informação, Microgerenciamento e os Nativos .

ERIGLEIDSON, José. Nativos Digitais.

FANTIN, Monica. Os meninos da web: os pré-adolescentes e a Internet. uma pesquisa.

 Gil, G. (2004). Cultura digital e desenvolvimento. Aula Magna na Universidade de São Paulo.

 MACEDO, Thiago V. R. & LIMOEIRO, Vinícius C. Nativos digitais: os consumidores do futuro.

MONTEIRO, Elis. Nativos digitais já estão dominando o mundo e transformando a forma como o ser humano se comunica.

Mundo do Marketing. Pesquisa mostra a relação da Geração Z com a internet.

RIBEIRO, Antônio Mendes. Nativos versus Imigrantes Digitais.

SEIXAS, Cléber Sérgio de. Observadores Sociais. A Geração Z e a Tecnologia.

SILVA, Fábio Melo, Videogames estimulam ações rápidas. São Paulo, 2010.

SOUZA, Emerson Carvalho de. Geração Digital: relatório de Leitura.

TOFANI, Felipe. 12 Características dos Nativos Digitais.

Você S/A. Entendo as Gerações X e Y.

PERIÓDICOS

 ALVES, Lynn. Conhecimento e internet: uma construção possível? Revista de Educação da Faculdade de Educação, Salvador, FEBA, v. 1, n. 1. p.91-108, 2000.

ALVES, Lynn. Jogos eletrônicos e nativos digitais: possibilidades de desenvolvimento e aprendizagem. In: Encontro Internacional Rio Mídia, 1. Rio de Janeiro, out., 2006. Cadernos Rio Mídia, 1.

ALVES, Lynn. Nativos digitais: games, comunidades e aprendizagens. In: MORAES, Ubirajara Carnevale de. (Org.). Tecnologia educacional e aprendizagem: o uso dos recursos digitais. São Paulo, Livro Pronto, v., p. 233-251, 2007.

ALVES, Lynn; HETKOWSKI, Tânia Maria. Gamers brasileiros: quem são e como jogam? Desenvolvimento sustentável e tecnologia da informação e comunicação, Salvador: Edufba, v. 1, n. 1,. p-161-174, 2007. p. 7. 6 Id. ibid., p. 7.

CERETTA, Simone Beatriz, FROEMMING, Lurdes Marlene. Geração Z: Compreendendo os hábitos de consumo da geração emergente. Revista Eletrônica do Mestrado Profissional em Administração da Universidade Potiguar – RAUnP. Natal: UnP, 2011.

PRENSKY, M. Escute os nativos. Liderança educacional, v. 63, n. 4, p. 8-13, dez. 2005.

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E pais, verifiquem a classificação indicativa nos games de seus filhos, busquem conversar com eles sobre o que eles vêem na internet, com quem conversam, como conversam. Não excluam os debates sobre pornografia, violência, e outros assuntos delicados, nas conversas com seus filhos, estes assuntos poderiam oferecer uma ótima oportunidade para que haja diálogo, compartilhamento de valores e instituição de relacionamentos abertos, pois os filhos precisam de algo a mais, como valores e um bom relacionamento com os pais. Acompanhem-nos. Lembrando que “é preciso agir de forma pró-ativa e tomar cuidados em casa e na escola.” (Don Tapscott)

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REFERÊNCIAS

* TAPSCOTT, D. A hora da Geração Digital: Como os jovens que cresceram usando a internet estão mudando tudo, das empresas aos governos. Rio de Janeiro: Agir Negócios, 2010.

 ** PALFREY, John; GASSER, Urs. Nascidos na era digital: entendendo a primeira geração dos nativos digitais. Porto Alegre: Artmed, 2011.

“Educação e Tecnologias: O Novo Ritmo da Informação”, de Vani Moreira Kenski

Vani Kenski, Doutora em educação, pesquisadora do CNPQ e colaboradora na faculdade de educação da USP; reflete na obra “Educação e Tecnologias: O Novo Ritmo da Informação” as relações entre educação e tecnologias evitando os jargões e as meras definições. Pincela sobre assuntos como Educação à Distância, Ambientes Virtuais de aprendizagem, Software livres e muitos outros.

O diferencial da obra é a variedade de exemplos que a autora utiliza, tornando-a mais atrativa e nos deixando com expectativas para o futuro. A linguagem é fácil, simples e esclarecedora.

O artigo “Conhecimento, tecnologia e poder – Tríade do desenvolvimento social” deste blog foi baseado no 1° capítulo do livro de Kenski.

O livro, de 6 capítulos, encontra-se na sua 8ª edição (ano de 2011).

Recomendo a aquisição do livro, mas para despertar o interesse leia 3 capítulos da obra, em PDF.

Kenski

KENSKI, Vani Moreira. Educação e Tecnologias: O novo ritmo da Informação. Campinas, SP: Papirus, 2007.

Semana Internacional de Tecnologia Educacional 2013

Entre os dias 16, 17 e 18 de abril acontecerá no Palácio das Convenções do Anhembi – São Paulo, o maior encontro de tecnologia educacional do Brasil, a Semana Internacional de Tecnologia Educacional (SINTED).

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A SINTED integrará os seguintes eventos:

A SINTED busca oferecer aos visitantes profissionais e entidades da educação novas propostas e disponibilizar meios, conhecimentos e materiais para melhorar a prática educativa das instituições e dos docentes.

Mais informações: www.sinted.com.br – Tel: (11) 5525-8222 – contato@sinted. com.br

Conhecimento, tecnologia e poder – Tríade do desenvolvimento social

As tecnologias surgiram quando a espécie humana se afirmou como tal. Foi a curiosidade, a necessidade, a observação e a criatividade humana que produziram as mais diversas tecnologias que o mundo já viu. O que diferenciou os homens primitivos e o que diferencia o homem contemporâneo é, sem dúvida, o domínio de certos tipos de tecnologias e informações.

Evolução humana

Evolução humana

Primeiramente nossos ancestrais das cavernas se diferenciaram quando ousaram caminhar eretos, e uma vez eretos conseguiram utilizar as mãos, ainda sem coordenação motora ou de modo desajeitado, para sobreviver. Neste ponto, quando o homem se afirmou como tal, surgiram as primeiras tecnologias, que inicialmente foram ferramentas e esquemas de sobrevivência e defesa. A partir daí, surgiu à necessidade, ou a inspiração da natureza humana, de utilizar as tecnologias e, principalmente, a capacidade intelectual de criação para o ataque, surgiram às guerras e, consequentemente, a dominação. E assim começou a história da espécie humana.

A história repetiu-se várias vezes ao longo dessas últimas eras, mas hoje são as grandes potências, sejam nações ou multinacionais, que utilizam o conhecimento e a inovação tecnológica, assim como recursos gigantescos, para manter e ampliar seus domínios. O conhecimento e as inovações tecnológicas envolvem-se com as guerras e vice-versa, trata-se de relações de poder.

Deste fenômeno temos exemplos ainda bem recentes, podendo citar a Guerra fria, que por quase 50 anos, foi responsável pela divisão mundial em dois blocos potentes, de um lado o capitalismo e do outro o socialismo. Neste período a ciência e a tecnologia deram um salto gigantesco, mudando o cotidiano social, pois, além das tensões e ameaças constantes de uma nova guerra, bem como da imposição de soberania dos países que estavam promovendo tal “espetáculo”, surgiram e/ou evoluíram muitos produtos, serviços e processos. Eis algumas inovações que surgiram neste período e que hoje se apresentam em nosso cotidiano: aparelhos de medição da pressão arterial, que foram desenvolvidos para que os astronautas em missão espacial pudessem avaliar mais facilmente sua saúde; os detectores de fumaça e de vazamento de gás, os marca-passos, a asa-delta e etc. (REYNOL, 2004 apud. KENSKI, 2011, p. 16 e 17)

Podemos citar também o período que veio após a Guerra fria, já no final do século XX, na década de 90; quando o socialismo declinou, o mundo do trabalho ficou mais exigente e surgiram novas tecnologias digitais. Neste período o mundo tornou a se dividir, só que desta vez os blocos, ainda dois, eram mais ideológicos e excludentes, eram o de países desenvolvidos e de países subdesenvolvidos.

Atualmente a ordem mundial está se redefinido novamente, pois, depois de algumas crises nestas primeiras duas décadas dos anos 2000, algumas nações desenvolvidas perderam status, poderio econômico e até território. Em contrapartida, muitos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento passaram a crescer, graças ao investimento em educação, ciência e tecnologia, é caso do Brasil, que contribui em muitos aspectos e com iniciativas ousadas e diversificadas, como é o caso do famoso etanol e das urnas eletrônicas; ou a índia, que já é sinônimo de investimento pesado em mentes pensantes; ou ainda a China, que sobressai com a sua insistência na produção em massa de engenhocas simples e atraentes.

Foi à tecnologia e seu avanço que identificou as Eras vividas, por isso, que a evolução social confunde-se tanto com os períodos históricos e até são nomeadas de acordo com as descobertas, como a identificação da idade da pedra, do ferro, do ouro, do metal… Podemos afirmar que é o cérebro humano a maior, mais diferenciada, aperfeiçoada e complexa tecnologia existente no mundo, pois foram às habilidades intelectuais, as múltiplas inteligências que possibilitaram essa criação e recriação de atividades, materiais e realidades.

Em suma, as tecnologias mudaram significados, rotinas e contextos, mudaram nossa maneira de pensar, sentir e agir, mudaram as relevâncias. Para sobreviver a este “novo mundo” é necessário entender, manusear e investir em tecnologias e novas tecnologias digitais. Este é o nosso maior desafio.

 

REFERÊNCIAS

KENSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologias: O novo ritmo da Informação. 8ª Ed. Campinas, SP: Papirus, 2011. (Coleção Papirus Educação).

Desvendando o Currículo Lattes*

Quando falamos de currículo queremos falar da nossa experiência, das nossas habilidades, de tudo o que fizemos e por onde passamos. A palavra Currículo vem do latim curriculum e significa “pista de corrida” (SILVA, 2011, p. 15), propositalmente insinua que a nossa trajetória de vida é feita em uma pista de corrida, ou seja, nossa vida é uma corrida que se depara com obstáculos, coisas, pessoas… Silva diz que “currículo é lugar, espaço, território (…) é trajetória, viagem, percurso (…) é autobiografia, nossa vida (…) é documento de identidade”. (idem p.150)

Existem vários tipos de currículo, o currículo escolar, o currículo vitae, o currículo oculto, o currículo lattes… Cada um com suas especificidades e particularidades. Da mesma forma que o currículo escolar refere-se à organização/sistematização de saberes, o currículo oculto refere-se a “todos aqueles aspectos do ambiente escolar que, sem fazer parte de um currículo oficial, explícito, contribuem, de forma implícita, para aprendizagens sociais relevantes” (idem p. 78). Já o currículo vitae é o tradicional currículo que colocamos a disposição das empresas ou pessoas para seleção de emprego. Mas, e o Currículo lattes? Por que no meio acadêmico ele é tão necessário? Qual o seu diferencial?

Para responder a essas questões foram necessárias horas de dedicação a Plataforma Lattes, sendo necessário recorrer constantemente a documentos facilitadores (que podem ser encontrados nas Referências logo abaixo do texto) e para ilustrar foram feitos print do meu próprio currículo latttes. Então, vamos desvendar o Currículo Lattes?

1 CONTEXTO HISTÓRICO

A Plataforma Lattes nasceu da necessidade, do CNPq e de seus consultores, de atualizar os sistemas de informação, principalmente do sistema de currículos, que requeria aperfeiçoamentos significativos.

Inicialmente cerca de 400 membros da comunidade técnico-científica e técnicos do CNPq responderam a um extenso questionário indicando as informações, os elementos e os detalhes necessários para o processo de análise da qualificação e do perfil dos usuários do Conselho. A este conjunto, somaram-se as informações cadastrais indispensáveis para as ações de gerência, planejamento, acompanhamento e avaliação, resultando na estrutura do novo modelo de currículo do CNPq.

Em março de 1999, o novo currículo foi testado por cerca de 120 pesquisadores e técnicos do CNPq, obtendo elevado índice de aprovação.

Recentemente, em 2012, o Currículo Lattes passou por uma grande atualização, desencadeada após o surgimento de muitas necessidades sentidas nestes mais de 10 anos de presença na rede. Estamos vivendo a fase do Currículo Lattes 2.0.

2 PLATAFORMA LATTES

A Plataforma Lattes é o resultado dos esforços do Ministério das Ciências e Tecnologias (MCT), do CNPq, do FINEP e do CAPES; que objetivaram criar uma plataforma integrada de captura de informações dos usuários do CNPq, comunidade científica entre outros; para armazenar, gerir, enviar e receber, e comprovar os dados enviados para os sistemas computacionais do CNPq. Nesta plataforma estão incluídos o sistema de currículos, os formulários de solicitação de recursos ao CNPq e o Diretório de Pesquisas de todo Brasil. Está voltada para os candidatos à obtenção de bolsas e auxílios; participantes do diretório dos grupos de pesquisa no Brasil; consultores do CNPq; estudantes universitários; docentes e pesquisadores que queiram enviar seus currículos gerados no Lattes.

O nome Lattes é uma homenagem ao pesquisador brasileiro Cesare Lattes, físico brasileiro, co-descobridor do méson pi.

3 CURRÍCULO LATTES

 Currículo Lattes é o formulário eletrônico para cadastros de dados curriculares de pesquisadores e usuários em geral. Objetiva compatibilizar e integrar as informações fornecidas em diferentes momentos pelos usuários; otimizar a sua base de dados e tornar eficiente o trabalho dos pesquisadores e estudantes no provimento das informações solicitadas pelos órgãos competentes.

Os dados enviados para a Plataforma Lattes são utilizados para avaliação da competência de candidatos à obtenção de bolsas e auxílios, bem como para a seleção de consultores, membros de comitê e grupo assessores e servem também para auxiliar na avaliação da pesquisa e da pós-graduação brasileira.

3.1 CRIANDO UM CURRÍCULO LATTES

O endereço eletrônico para acessar a Plataforma Lattes é: www.lattes.cnpq.br.

O Ícone de acesso direto ao currículo lattes, na barra horizontal do site, direcionam para as preferências do usuário, que podem ser:

  • Buscar Currículo;
  • Atualizar Currículo; e
  • Cadastrar novo currículo.

No ícone “cadastrar novo currículo” o sistema abrirá uma tela para o cadastramento dos dados básicos para a criação de um currículo.

Figura 1: Página Inicial da Plataforma Lattes.

Figura 1: Página Inicial da Plataforma Lattes.

Figura 2: Tela para Login ou cadastramento de novos currículos.

Figura 2: Tela para Login ou cadastramento de novos currículos.

 O sistema só cria um currículo após o usuário informar os dados básicos de identificação:

  • Brasileiros – nome completo e o CPF;
  • Estrangeiros – nome completo, o país e a data em que nasceram.

Estes dados são obrigatórios, pois garantem a identidade unívoca dos usuários no CNPq.

Após encerrar a criação do currículo, o sistema abre a tela de Identificação, para que o usuário inicie o preenchimento do seu novo currículo. Os itens cobrados nesta fase de preenchimento de dados são:

  • Informações pessoais;
  • Endereço e contato;
  • Formação Acadêmica;
  • Atuação Profissional; e
  • Áreas de atuação.

Figura 3: Tela de cadastro de novos usuários.

Figura 3: Tela de cadastro de novos usuários.

Figura 4: Item Informação pessoal para cadastro de novos usuários.

Figura 4: Item Informação pessoal para cadastro de novos usuários.

Figura 5: Item Endereço e contato para cadastro de novos usuários.

Figura 5: Item Endereço e contato para cadastro de novos usuários.

Figura 6: Item Formação Acadêmica para cadastro de novos usuários.

Figura 6: Item Formação Acadêmica para cadastro de novos usuários.

Figura 7: Item Atuação Profissional para cadastro de novos usuários.

Figura 7: Item Atuação Profissional para cadastro de novos usuários.

Figura 8: Item Áreas de atuação para cadastro de novos usuários.

Figura 8: Item Áreas de atuação para cadastro de novos usuários.

Lembrando que todos os dados devem ser preenchidos. Neste preenchimento, no item de informações pessoais, já é solicitada a inclusão de uma imagem do usuário (foto de perfil).

Após o preenchimento, ao final do cadastro, aparecerá na tela um aviso de “Declaração”, é o Termo de Adesão e Compromisso da Plataforma Lattes, que deverá ser lido, concordado e enviado ao CNPq.

Figura 9: Aviso de “Declaração” ao final do cadastro.

Figura 9: Aviso de “Declaração” ao final do cadastro.

Encerrado esse procedimento surgirá um aviso na tela de que em 24 horas, se os dados forem aceitos pelo CNPQ, o seu currículo Lattes estará disponível para acesso na rede. A partir deste ponto será necessário atualizá-lo.

3.2 ATUALIZANDO O CURRÍCULO LATTES

Para atualizar o currículo lattes deve-se ir ao item “Atualizar Currículo” na página inicial (ver figura 1), preencher o login (ver figura 2) com seu e-mail ou CPF e a senha gerada no momento do cadastro. Feito isso aparecerá na tela o painel de controle do seu currículo lattes, com o aviso de entrada, que refere-se aos cuidados com a sua senha.

Figura 10: Aviso de entrada no painel do Currículo.

Figura 10: Aviso de entrada no painel do Currículo.

Figura 11: Visualização do painel de controle do Currículo Lattes

Figura 11: Visualização do painel de controle do Currículo Lattes

No painel de controle aparecem:

  • Link de acesso e data de atualização do Currículo Lattes;
  • Resumo do usuário;
  • Espaço “Do que você precisa?”;
  • Espaço de Avisos;
  • Itens do Menu; e
  • Itens do Menu secundário.
Figura 12: Visualização do Link de acesso e data de atualização do Currículo Lattes.

Figura 12: Visualização do Link de acesso e data de atualização do Currículo Lattes.

Figura 13: Visualização do Resumo do usuário.

Figura 13: Visualização do Resumo do usuário.

Figura 14: Visualização do Espaço “Do que você precisa?”.

Figura 14: Visualização do Espaço “Do que você precisa?”.

Figura 15: Visualização do Espaço de Avisos.

Figura 15: Visualização do Espaço de Avisos.

Figura 16: Visualização dos Itens do Menu.

Figura 16: Visualização dos Itens do Menu.

Figura 17: Visualização dos Itens do Menu secundário.

Figura 17: Visualização dos Itens do Menu secundário.

Cada item preenchido ou atualizado serão salvos automaticamente pelo sistema quando acionado o botão SALVAR ao final de cada conjunto de telas.

Figura 18: Tela com o botão para salvar a atualização dos dados.

Figura 18: Tela com o botão para salvar a atualização dos dados.

O sistema Lattes possui um configurador onde todos os campos solicitados no sistema aparecem em uma árvore de informações hierarquizada.

Na opção “Exportar” do menu secundário (ver figura 18) é possível selecionar módulos ou campos desejados e enviar para impressão nos formatos RTF e HTML.

Figura 19: Tela com as opções de exportação.

Figura 19: Tela com as opções de exportação.

O configurador de impressão (ver figura 19), que aparece em dois lugares no painel (um no menu secundário e outro nos botões de acesso rápido do currículo) possui classificadores adicionais (como período, tipo de atividades, etc.).

Desta forma, após salvar é possível:

  • Gerar um arquivo que possa ser lido por um editor de texto, MSWord por exemplo (formato de arquivo para editores de texto *.rtf); e/ou
  • Divulgar o currículo na internet (formato de arquivo de divulgação na internet *.html).
Figura 20: Opções do configurador de impressão.

Figura 20: Opções do configurador de impressão.

Encerrado o processo de atualização é necessário enviar os dados atualizados ao CNPQ, para que assim possam acompanhar na composição do seu currículo lattes. Para enviar os dados basta clicar na opção “Enviar”, que aciona a verificação de erros, o empacotamento de seus dados curriculares e o envio para o CNPq, via Internet. Caso esses dados atualizados não sejam enviados ao CNPQ surge na tela de avisos (ver figura 14) o alerta de dados que precisam ser enviados.

Figura 21: Tela para envio das atualizações ao CNPq.

Figura 21: Tela para envio das atualizações ao CNPq.

3.3 DIFERENCIAIS DO CURRÍCULO LATTES 2.0

Nesta nova versão do Currícluo Lattes, o 2.0, surgiram muitos diferenciais, os mais latentes são:

  • No módulo “DADOS GERAIS”:
    • Passaporte – no módulo “identificação”;
    • Novas formas de contato (Skype, redes sociais e etc.) – no módulo “endereço”; e
    • LIBRAS – no módulo “idioma
  • No módulo “ATUAÇÃO PROFISSIONAL”
    • A opção “Possui vínculo empregatício” passa a ser preenchida de forma automática (se for Servidor público ou Celetista, o campo será preenchido com o valor SIM, se for Professor visitante, Bolsista ou Outros, o campo será preenchido com o valor NÃO).
  • No módulo “ATUAÇÃO”:
    • Inclusão do módulo de “Membro de comitê de assessoramento”;
    • Inclusão do módulo de “Revisor de projeto de agência de fomento”.
  • No módulo “FORMAÇÃO”:
    • Inclusão da opção Mestrado e/ou Graduação do tipo “Sanduíche”.
  • No módulo “PROJETOS”:
    • Divisão dos projetos em: “Projetos de Pesquisa”; “Projetos de desenvolvimento tecnológico”; “Projeto de extensão” e “Outros tipos de projetos”; e
    • Submissão do projeto cadastrado a uma certificação, seja por parte do coordenador do projeto, (quando for informado que o coordenador é uma pessoa diferente do proprietário do currículo); ou pela empresa parceira.
  • No módulo “PRODUÇÕES”:
    • Inclusão, em “Produções artísticas”, os itens “Música” (Arranjo Musical, Composição Musical, Sonoplastia…), “Artes cênicas” (Apresentação de obras artísticas, Apresentação em rádio ou TV…) e “Artes visuais” (Apresentação em rádio ou TV…).
    • Inclusão, em “Produções técnicas”, os itens “Assessoria e consultoria”, “Extensão tecnológica”, “Entrevistas, Mesa redonda, Comentário, Programa e Outra”, e “Redes sociais, websites e blogs”.
    • Solicitação do número do DOI ou ISSN para recuperação das informações cadastradas no CROSSREF (Caso os dados não sejam recuperados, o usuário poderá digitar todos as informações da produção).
  • No módulo “PATENTES E REGISTROS”:
    • Solicitação do número da patente para que os dados sejam recuperados de forma automática nos cadastros do INPI. Eis os Tipos de Patentes e Registros, atendidas e validadas junto ao INPI, solicitadas:
  1. Patentes;
  2. Programa de computador registrado;
  3. Desenho industrial registrado;
  4. Marca registrada;
  5. Topografia de circuito integrado registrado.
  • Inclusão dos itens específicos de registro “Cultivar Protegidas” e “ Cultivar Registrada”.
  • Criação do módulo “INOVAÇÃO”, para agrupar os registros que se referem à inovação.
  • Criação do módulo “EDUCAÇÃO E POPULARIZAÇÃO DE C&T”, para separar as produções que são consideradas como “Educação e Popularização de C&T”

3.4 DÚVIDAS MAIS COMUNS SOBRE OS ITENS COBRADOS NO CURRÍCULO LATTES

3.4.1 Sobre as Linhas de pesquisa

  • Representa temas de estudos científicos que se fundamentam em tradição investigativa, de onde se originam projetos cujos resultados guardam afinidades entre si.
  • No currículo lattes um grupo de pesquisadores, estudantes e pessoal de apoio técnico estão organizados em torno à execução de linhas de pesquisa segundo uma regra hierárquica fundada na experiência e na competência técnico-científica.
  • As linhas de pesquisa estão no módulo “Atuação”.
  • Para incluir suas linhas, você deve, primeiro, incluir a instituição/empresa onde realiza a pesquisa.

3.4.2 Sobre C&T

  • É a produção científica, tecnológica e artística-cultural do currículo está dividida de forma hierárquica:

(a) Produção Bibliográfica

– Trabalhos em eventos

– Artigos publicados em periódicos

– Livros e capítulos

– Textos em jornais ou revistas (magazines)

– Demais tipos de produção bibliográfica: Partitura musical; Tradução; Outra

(b) Produção Técnica

– Softwares

– Produtos tecnológicos

– Processos ou técnicas

– Trabalhos técnicos

– Demais tipos de produção técnica: Apresentação de trabalho; Cartas, mapas ou similares;

Curso de curta duração ministrado; Desenvolvimento de material didático ou instrucional;

Editoração; Manutenção de obra artística; Maquete; Organização de evento; Programa de rádio ou TV; Relatório de pesquisa; Outra

(d) Orientações Concluídas

– Dissertação de mestrado

– Tese de doutorado

– Monografia de conclusão de curso de aperfeiçoamento/especialização

– Trabalho de conclusão de curso de graduação

– Iniciação científica

(c) Produção Artística/cultural

– Apresentação de obra artística; Apresentação em rádio ou TV; Arranjo musical; Composição musical; Obra de artes visuais; Sonoplastia; Outra

(e) Demais trabalhos

4 CONSIDERAÇÕES

Eis as vantagens de utilização da Plataforma Lattes:

4.1 PARA O USUÁRIO

  • Todos os sistemas Lattes compartilham o mesmo conjunto básico de informações. Portanto, sempre que houver alguma solicitação de recursos ao CNPq, os sistemas de captação de dados aproveitarão suas informações prestadas em momentos anteriores.
  • Não é necessário recadastrar informações quando preencher sistemas diferentes da mesma plataforma.
  • Além das facilidades de preenchimento do Sistema de Currículos, a plataforma Lattes oferece um conjunto de características adicionais, projetadas para atender necessidades específicas do usuário. Entre estas, destacam-se:

 (a) Importação de dados de outros sistemas. A maior reivindicação dos usuários do MCT, CNPq e de outras agências de fomento é de que haja compatibilidade entre os diversos sis temas, a fim de que uma mesma informação não tenha que ser cadastrada em vários deles. O Currículo Lattes é o primeiro aplicativo no País a oferecer a possibilidade de migração de sistemas anteriores, entre eles os do próprio CNPq (Bcurr e MiniCurrículo) e o sistemado Ministério de Ciência e Tecnologia (CNCT).

(b) Compatibilidade CAPES e CNPq. Uma das principais solicitações da comunidade acadêmica foi atendida com a plataforma Lattes: CAPES e CNPq passam a ter compatibilidade em suas plataformas de informações. Especificamente, o professor da pós-graduação pode rá disponibilizar eletronicamente seus dados curriculares, preenchidos no Lattes, ao coordenador de seu programa.

(c) Internet. O Currículo Lattes permite a importação dos dados que existem no CNPq e seu envio inteiramente pela internet. A tendência é que isso se intensifique na plataforma Lattes a partir do desenvolvimento de aplicativos com interação on-line com a base de dados do CNPq.

(d) Relatórios de impressão genéricos e configurados pelo usuário. Esta é uma solicitação antiga dos usuários do CNPq. Para tal, projetamos um módulo no qual o usuário pode selecionar em seu currículo o que deseja imprimir (modelo personalizado) ou simplesmente optar pelas versões “Completo” , “Ampliado” ou “Resumido”, que são defaults do sistema. Além da configuração genérica, o sistema permite que o relatório seja salvo em arquivo RTF, ou seja, compatível com editores de texto (ex. Microsoft® Word 97).

(e) Geração de homepage. Com o Currículo Lattes, a construção da homepage de forma automática, com toda a produção científica e tecnológica do usuário, é uma realidade. Para alterar a página gerada, o usuário poderá utilizar qualquer editor de arquivos “html” que possua (ex. Microsoft® Word 97). Para publicá-la na Internet, basta consultar seu provedor.

(f) Verificação automática de erros. Para evitar o envio de dados incompletos e inconsistentes ao CNPq, o Currículo Lattes procede a verificação de erros e, quando for o caso, remete o usuário automaticamente ao campo do software onde falta uma informação considerada obrigatória ou que contém informação inconsistente.

(g) Indicadores de produção. Esta opção do sistema apresenta um perfil completo da produção científica, tecnológica e artística/cultural do usuário. O usuário pode conhecer o perfil de sua produção C&T no que se refere à proporção de co-autorias, freqüência de palavras-chave, de áreas do conhecimento e setores de atividade.

(h) Verificação de redundâncias na produção. Para evitar que um mesmo produto seja incluí do inadvertidamente mais de uma vez, o Sistema identifica possíveis redundâncias na produção (trabalhos semelhantes), auxiliando o usuário a detectar eventuais duplicidades.

(i) Dicionários. Cada dicionário do Sistema de Currículos é composto por um conjunto de informações relacionadas a palavras-chave, autores, áreas do conhecimento e instituições, cadastradas pelo próprio usuário. Uma alteração ou correção de dados por meio da opção “Dicionário” atualiza automaticamente todas as ocorrências existentes no currículo. Assim, por exemplo, se o usuário, por equívoco, digitou “sistema computacional” e escolheu esta palavra-chave para mais de um artigo publicado, não precisará corrigi-la em cada um dos itens no módulo “Artigos publicados”. Bastará corrigir a palavra no módulo “Dicionários”, opção “Palavras-chave”.

(j) Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil. Se o usuário participa do Diretório e se tiver seus dados curriculares importados do CNPq, poderá ter acesso direto à homepage de seu grupo de pesquisa, a partir do currículo.

(k) Aproveitamento entre currículos. Os pesquisadores que trabalham juntos (em co-autoria) e desejam aproveitar os dados da produção C&T já cadastrada por um deles, poderão utilizar a opção “Importar produção”, no módulo “Ferramentas”, para escolher o currículo do qual serão extraídos os trabalhos em que participam como co-autores.

4.1.2 PARA AS INSTITUIÇÕES

A plataforma Lattes oferecerá ao MCT, CNPq, FINEP, CAPES (além das FAPs que se integrarem ao projeto) e a seus usuários a transparência das informações relacionadas ao fomento e ao apoio à C&T nacional. O país passa a ter um conjunto de aplicativos cuja finalidade central é instrumentalizar e qualificar o processo de apoio e incentivo ao seu desenvolvimento científico e tecnológico.

REFERÊNCIAS

CNPQ. Currículo Lattes 2.0. 2012.

CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO. Currículo Lattes: Perguntas e Respostas. 2001.

SILVA, Tomás Tadeu da. Documentos de Identidade: Uma introdução às teorias do currículo. 3ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.

* Artigo criado a partir da Palestra “Desvendando o Currículo Lattes” apresentado pela autora em uma oficina de criação de currículo lattes no dia 07 de março de 2013, no Centro Universitário Luterano de Santarém (CEULS/ULBRA) para alunos do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica (PROICT) e demais alunos da Instituição.

Curso on-line e gratuito de Novas Tecnologias é oferecido pelo Programa “Apoio ao Professor”

A temática do curso refere-se às “Novas Tecnologias para a Aprendizagem no Ensino Médio e Fundamental”. É gratuito, on-line e disponibiliza diploma reconhecido pelo MEC.

O curso de 12 horas é dividido em 4 módulos, que são:

  • “Novas Tecnologias na Aprendizagem: Aspectos Filosóficos”;
  • “Novas Tecnologias na Aprendizagem: Didática Aplicada”;
  • “Novas Tecnologias na Aprendizagem: Novas Plataformas”; e
  • “Novas Tecnologias na Aprendizagem: Políticas Educacionais”.

O curso circunda as temáticas de inclusão digital, avaliação escolar, formação de professores, ferramentas tecnológicas e etc; destacando as possibilidades de contribuição das novas tecnologias no planejamento pedagógico democrático e atual.

Os interessados podem fazer a inscrição através do formulário disponibilizado no site e escolher quais módulos fazer ou, se desejar, fazer todos.

Programa "Apoio ao Professor"

O Programa “Apoio ao Professor” objetiva difundir conhecimentos para a formação continuada para professores, pesquisadores e especialistas em educação. Conta com o apoio da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) da América Latina e será realizado em todos os seus países. A Universidade Gama Filho, supervisora do programa, é a responsável pela emissão dos diplomas, que podem ser aceitos nas Secretarias de Educação e somar na pontuação de carreira dos profissionais.

Não perca essa oportunidade. Faça a sua matrícula!